Seja o tipo de mulher, que quando seus pés tocam o chão a cada manhã, o diabo fala: - “Oh droga, ela acordou.”

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Feios, Perfeitos e Especiais

A velocidade com que Tally muda de opinião me irrita profundamente.

Há duas semanas comprei uma série de livros, três livros. Feios, Perfeitos e Especiais. Estou lendo o terceiro agora, ainda não sei bem se Extras é o quarto livro da série ou apenas... extras. Para quem não conhece, Feios trata-se de uma sociedade futurística onde quando a pessoa completa 16 anos passa por uma série de cirurgias para atingir a perfeição. Desde a forma estética quanto a forma física. Ao mesmo tempo que a pessoa torna-se perfeita, a cirurgia acrescenta indevidamente lesões cerebrais nas pessoas, para que os poderosos possam controlá-las e não aconteça a elas o que aconteceu conosco, ou como eles chamam na série, os Enferrujados. Tally Youngblood é a personagem principal da série e tudo gira em torno dela. Ela não via a hora de passar pela cirurgia e tornar-se perfeita, porém, acaba indo parar na Fumaça. Uma colônia de fugitivos, pessoas que não queriam passar pela cirurgia e viver sendo manipulados toda vida. Na Fumaça ela faz amigos e descobre sobre as lesões cerebrais, decide então continuar Feia para sempre.

Esse resumo tosco não representa nem um terço da série, que é muito boa. Sinceramente, Feios é uma das séries mais bem pensadas que já li. A história é boa e te prende, dá vontade de ler até o final. O que me incomoda é a Tally. Não consigo aceitar as manipulações que fizeram com ela. No primeiro livro ela está feliz sendo Feia. No segundo, feliz sendo Perfeita. No terceiro, feliz sendo Especial. Esse último, que estou lendo agora, me dá muita agonia. Tally praticamente ignora tudo o que viveu sendo Feia/Perfeita e age de forma que nunca iria imaginar que agiria antes de tornar-se Especial. Sei que estou na metade do livro mas isso me dá uma sensação ruim. Tally está forte e tem capacidade pra fazer qualquer coisa. Tem músculos incríveis, ossos mais duros que diamante, dentes afiados, visão perfeita, sentidos aguçados. Como ela costuma dizer: Tally é sobre-humana. Mas de que adianta todo esse poder se ela vive um eterno conflito de mente? Tem partes que dá vontade de você não parar nunca de ler o livro, outras dá vontade de você jogar o livro fora. É incrível a gama de sensações que tive ao ler essa série.

Como disse Luna em sua resenha, não importa o quão tecnológica é a série, ela continua fantásticamente humana.

Nós, os Enferrujados, somos eternamente criticados no livro por queimar árvores, matar animais, fazer guerras insanas. O motivo do nosso declínio foi uma bactéria que acabou com todo o petróleo. Aos olhos dos personagens da série nós somos mesquinhos e idiotas. É uma visão bem forte a que o autor passa no livro, ele critica profundamente as atitudes da nossa geração. Espero que pelo menos nisso o livro esteja certo e que daqui a alguns anos... ou séculos, as nossas ações sejam vistas como ações idiotas. Espero que tudo o que acontece na série vire realidade.

Exceto a manipulação cerebral, a obrigatoriedade da cirurgia e a mudança do rosto e do corpo esteticamente. Consigo me imaginar vivendo no mundo de Feios tranquilamente, sem culpa. Comparando à nossa sociedade atual, talvez agumas lesões no cérebro realmente valessem à pena. Ou estou começando a pensar como os Especiais?

Os livros fazem isso conosco, e eu, sinceramente, adorei.

31,90 Submarino.com


39,90 Saraiva.com


32,90 Submarino.com